Last updated: 18 Jun, 2020

A Mãe - um breve esboço de sua vida e obra

A Mãe foi a força motriz por trás da manifestação de Auroville. Sob a influência modeladora das filosofias duais da Mãe e de Sri Aurobindo, Auroville emerge como uma confluência única, multicultural, onde matéria e espírito, o indivíduo e o coletivo se encontram na busca por uma consciência superior.

Anos Iniciais

Mirra Alfassa (1873 – 1973) nasceu como o segundo filho de uma mãe egípcia e de um pai turco, poucos meses após os seus pais terem se fixado na França. Uma criança extraordinariamente talentosa, que se tornou uma pintora e musicista realizada, ela teve muitas experiências interiores desde a tenra infância. Em seus vinte anos ela estudou ocultismo na Argélia com Max Theon e com Alma, a esposa inglesa dele, que era uma médium altamente desenvolvida. Após o seu retorno a Paris, A Mãe trabalhou com diversos grupos diferentes de buscadores espirituais.

Encontrando Sri Aurobindo

A primeira vez que ela ouviu a respeito de Sri Aurobindo foi por seu segundo marido Paul Richard, que o havia visitado em Pondicherry (ou Puducherry, conforme grafia em português) em 1910; e em 1914, junto com o seu marido, ela foi capaz de viajar a Pondicherry e encontrá-lo pessoalmente. Lá, ela imediatamente o reconheceu como um mentor que ela havia encontrado em visões anteriores, e sabia que o futuro dela estava ao lado dele. Apesar dela ter de partir da Índia após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, primeiramente retornando à França, e em seguida acompanhando Richard para um posto oficial no Japão, em abril de 1920 ela retornou para se juntar a Sri Aurobindo em Pondicherry e nunca a deixou novamente. Sri Aurobindo reconheceu nela uma encarnação do aspecto expressivo dinâmico da Força evolutiva e criativa, que na Índia é tradicionalmente conhecida e abordada como a ‘Mãe Suprema’.

Ashram de Sri Aurobindo e Auroville

Foi A Mãe que organizou o crescente grupo de seguidores ao redor de Sri Aurobindo dentro do Ashram de Sri Aurobindo a partir de novembro de 1926, e que em 1952, após a passagem dele em 1950, criou o Centro Internacional de Educação Sri Aurobindo para completar o desejo dele de fornecer um novo tipo de educação para a juventude indiana. Em 1968 ela fundou o projeto da cidade internacional de Auroville como um campo ainda mais amplo para as tentativas práticas de implementar a visão de Sri Aurobindo de novas formas de vida individual e coletiva, preparando o caminho para um futuro mais brilhante para toda a Terra.

A humanidade não é o último degrau da criação terrestre. A evolução continua e o homem será superado. Cabe a cada indivíduo saber se quer participar do advento desta nova espécie.

Para aqueles que estão satisfeitos com o mundo como ele é, Auroville obviamente não tem razão de existir.

A Mãe, 1966

Consciência além da Mente

Ambos Sri Aurobindo e A Mãe trabalharam por toda a vida para a manifestação de um modo de consciência além da mente, o qual Sri Aurobindo chamou de “Supermente” ou “O Supramental”. A expressão completa dessa consciência na Terra resultaria não apenas em uma nova espécie, tão além do humano, assim como a raça humana está além dos animais, mas também em uma modificação de toda a criação terrestre, ainda mais completa do que a mudança trazida com a entrada na cena mundial da raça humana.

Entre a humanidade e a espécie completamente Supramental haverá de ser feito um ou diversos passos transitórios, representados por seres transitórios, nascidos de modo humano, mas capazes de contatar e expressar a consciência superior. Esses seres transitórios deverão preparar o caminho para o advento da Raça Supramental ao estabelecer condições adequadas.

Transformação

Após a passagem de Sri Aurobindo, a Mãe continuou o trabalho dele de transformação psicológica e física com a ajuda da nova força. Um relato das suas experiências no correr desse trabalho é apresentado em The Mother’s Agenda (A Agenda da Mãe, em tradução livre; link em inglês), um registro íntimo dos últimos 18 anos de sua vida.

O trabalho deles continua.


(Portuguese translation by Pablo Antunes)