Last updated: 18 Jun, 2020

Ser um Verdadeiro Auroviliano: A Mãe Explica Como Viver no Mundo – para o Divino – ao Mesmo Tempo

1. A primeira necessidade é a descoberta interior a fim de saber o que verdadeiramente está por trás de aparências sociais, morais, culturais, raciais e hereditárias. No centro há um ser livre, vasto e conhecedor, que aguarda a nossa descoberta e que deve se tornar o centro ativo do nosso ser e da nossa vida em Auroville. A realização dos desejos barra o caminho para a descoberta interior, que somente pode ser alcançada na paz e na transparência do perfeito desinteresse.

2. Vive-se em Auroville a fim de ser livre de convenções morais e sociais; mas, esta liberdade não deve ser uma nova escravidão para o ego, para os seus desejos e ambições.

3. O auroviliano deve perder o senso de posse pessoal. Para a nossa passagem no mundo material, o que é indispensável para a nossa vida e para a nossa ação é colocado à nossa disposição de acordo com o lugar que devemos ocupar. O quanto mais estamos conscientemente em contato com o ser interior, mais são os meios exatos que são dados a nós.

4. Trabalho, mesmo o trabalho manual, é às vezes indispensável para a descoberta interior. Se alguém não trabalha, se não coloca a sua consciência na matéria, esta nunca será desenvolvida. Deixar a consciência organizar um tanto de matéria por meio do corpo é muito bom. Estabelecer ordem ao redor de si ajuda a trazer ordem interior a si mesmo. Deve-se organizar a vida não de acordo com o exterior e as regras artificiais, mas de acordo com uma consciência interior organizada, pois se alguém deixa a vida seguir sem sujeitá-la ao controle da consciência superior, torna-se inconstante e inexpressivo. É perda de tempo no sentido de que a matéria permanece sem qualquer utilização consciente.

Toda a Terra deve se preparar para o advento de novas espécies, e Auroville quer trabalhar conscientemente para acelerar esse advento.
Pouco a pouco será revelado a nós o que essas novas espécies devem ser, e, enquanto isso, o melhor curso é consagrar-se inteiramente ao Divino.

[Quando isto estava para ser publicado no final de 1971, a Mãe adicionou:]
A única liberdade verdadeira é aquela obtida por meio da união com o Divino. Pode-se unir com o Divino somente dominando o ego.


(Portuguese translation by Pablo Antunes)